De repente, me flagro triste pensando nessa mesma beleza a qual descrevi. Não sei ao certo o porquê de eu tanto me preocupar e de achar que não vivi tudo que gostaria, mas bate um medo dessa coisa às vezes. Também a acho cruel, e de fato ela é. Arrancar quem nós amamos sem nenhuma explicação sequer é o que mais me intriga. Sem falar nas doenças, na pobreza, na desigualdade, na loucura, na crueldade e suicidas. Temos ene motivos pra temer a esta despida tão dual. Mas como já dizia o Toquinho, a vida sempre tem razão. Só sei que é preciso paixão... E é mesmo. Até o dia de hoje, eu a levo de forma tranquila tentando sempre olhar seu lado colorido, pois se for apenas partir de um ângulo pessimista, provavelmente já me teria me jogado do décimo. Não julgo quem é pessimista, diga-se de passagem. Cada um tem seus motivos, sua história e nisso, ninguém poderá intervir.
A vida deixa marcas e disponibiliza também momentos difíceis. Aceitar isso não dá, pelo menos pra mim. Quem sabe engolir a força. Tenho sempre a impressão de que tudo deveria andar conforme o desejo de todos, e que as coisas vis não deveriam existir simplesmente. Parece que não só eu, mas todo mundo tem um pouco dessa ideia de que coisas ruins são apenas coisas ruins. Falar de aprendizado é meio que inútil pra quem já sofreu abalos sísmicos de existência. Mas ele existe, sabemos.
A vida é meio que o desafio de sempre tirar o coelho da cartola; e não só de tirar, mas de saber tirar. A vida é a coisa misteriosa mais bela e rude que já vi. A coisa mais linda e vulgar. Existe pra quem quer e quem não quer. Pra quem acha que entende e também pra quem não entende. Ela está aí pra quem sabe viver; se é essa mesmo a fórmula de não tirar ninguém de uma obrigação a vir escrever isso.
A vida nada mais é do que uma busca incessante, uma felicidade intercalada - que os otimistas concordem comigo. Para os pessimistas, um tédio intercalado. E para os neutros, um composto de momentos.
Mas uma coisa é certo: no dia que alguém entender a vida, parará de viver. Pois o enigma é o que nos prende no agora, no aqui. As surpresas são o que nos encanta e o que nos desencanta num piscar de olhos. Essa sede por respostas, só faz com que cada vez mais ela venha e mude as perguntas.
Perdas e ganhos são seu segredo. Mistério é seu segundo nome. Viver, seu verbo mais cabível.
Para que vivamos...
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