Foi para ti
Eu continuei aqui, junto a mim, quilômetros de distância de ti. Não pude mais enxergar o velho inferno dormente que me fazia adormecer por cima do teu colo, por horas consecutivas. As palavras eram belas e articuladas pra um nada, um espaço que só eu podia preencher em mim. Porque sempre me ensinam a não me jogar de cara, a deixar de me arranhar em paredes velhas e daí, rememoro os dias cheio de anestesia que você insistentemente me aplicava. Fosse como uma estratégia de agarramento de uma eternidade mentirosa, ou por mera inteligência que me dispunha atualmente. Mas não quero invadir seu hoje, em busca de respostas de ontem. Um ontem solitário que me faz fechar quase completamente os olhos para uma visão mais nítida. Aceitei por fim, que dessa nitidez eu não preciso, até porque meus óculos estão guardados na caixa, e meu coração, na contracaixa.
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