
Odeio quem me rouba sorrisos, mas me traz lágrimas. Odeio palavras mentirosas, as quais eu insisto em acreditar. Odeio castelos e historinhas de princesa, quando na realidade quero ser uma. Odeio quem me tira do chão pra não me fazer voar. Sim, odeio mesmo. Odeio quem fala demais e faz pouco. Quem conquista e some. Mas odeio quem fica e não conquista. Odeio explicações para o inexplicável. Odeio estar certa e perder a razão. Odeio quem ocupa meu pensamento, mas não pensa em mim. Odeio o zero na caixa de mensagens, e as milhões de desculpas. Odeio quem começa e não termina. Quem tem vontade e não se permite. Quem sente a liberdade, mas não se liberta. Odeio tudo que prende, mas odeio o soltar demais. Odeio os extremos, prefiro o equilíbrio. Odeio a paixão e também a atração. Odeio o saber e o não saber. Odeio a falta de elo e odeio o fingir deles. Odeio cara bonita e alma suja. Odeio convivência, odeio ausência. Odeio o ser humano, mas preciso dele. Odeio as fantasias, mas vivo delas. Odeio o odiar, mas eu amo tudo. Eu amo odiar quase tudo. Amo o ódio que me traz você. Amo o pensamento que estaciona num ódio bom. Amo ser humana e ser um lixo às vezes. Imprestável, desprezível. Assim como você. Amo o amor dos outros. Odeio o meu. Porque o amor que é meu não é amor. Mas é um ódio misturado ao amor. Esse amor odioso que tenho. Que sangra, que escorre...
O amor que inventei por você. Mas que não passa de um ódio provisório.
Nada é permanente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário