segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Desejo

Chega um momento que aquela coisa de que tudo tem sua hora começa a parecer mais perto, mais palpável. Hora em que as coisas começam a fazer sentido e o que dizem não soa tão provérbio. É aí que o coração palpita e a alma entende. As sintonias resolvem andar de mãos dadas e as coincidências (ou não) aproveitam pra chover no seu quintal. Às vezes vem como temporal e te cercam em casa somente para assisti-lo. Os gostos decidem por se encontrar na pracinha e se beijarem como apaixonados loucos. Como em um começo que sempre é bem-vindo. Bem entendido como uma fração de tempo eterna. Como uma primavera: provisória, mas que se prolonga com um olhar, um toque, uma vontade gritante. Sim... é aí que a boca treme e a mão gela porque o sangue corre pra outras esquinas para esperar a hora de entrar com tudo. O corpo fala alto, as palavras ficam mudas. O momento merece asteriscos de cintilações. O arrepio é um aviso sussurrante. Quente, frio. Bom como a estação. Uma pena é durar pouco. Avassalador e dominante.


Ainda assim, te dou a vez....


Desejo sem governo.

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