Adormeci de olhos abertos.
terça-feira, 26 de julho de 2011
De olhos abertos
Talvez seja um começo, ou talvez não seja nada. Nunca se sabe essas coisas de coração. Fui dormir tarde e pensei por alguns instantes no que minha sensibilidade tem me submetido nos últimos tempos. Sem morbidez, apenas olhos famintos por luz. Saí da escuridão há meses, mas ainda sopro poeira. Decidi ficar à disposição do destino com um dedo meu, e desisti de me equilibrar em cordas bambas. Claro que sempre acompanhada de um manual de mulher bem resolvida e um par de asas insistentes. Flores, oceanos e céu azul não tem sido tanto minha prioridade já que de alguma forma involuntária, aprendi a suportar espinhos, desertos e invernos. Não me dói mais frios horrendos, e calores insuportáveis - talvez a falta deles. Eu me sinto como um poço de sensibilidade, fruta madura, cheia de amores ainda verdes. Sorri na minha cama ao pensar nos milhares de começos que a vida me deu, mas as continuações que ela não me pemitiu. Ou eu não me permiti. Ou não foi permitido por alguma coisa menor ou maior que eu. Sorrio porque adoro esses contos de estrada: curvas incansáveis, palavras retilínias, ações tangentes. Distraí-me olhando as horas e esqueci meus olhos no nada. Depois veio você.
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